Está comprovado pela ciência que as vitaminas atuam na regulação do o metabolismo e das funções orgânicas e, muitas delas, possuem papel crucial no metabolismo energético.

O uso de suplementação de vitaminas entre praticantes de atividade física e atletas é assunto corrente nas academias. São comuns as recomendações de suplementação vir da família, amigos e treinadores, sempre porque os indivíduos sentem a necessidade de melhorar o aporte nutricional da dieta e também aumentar a performance. As questões a serem respondidas são: Há necessidade de suplementação de vitaminas para aumentar o vigor físico? O exercício “destrói” as reservas de nutrientes corporais a ponto da suplementação ser a única alternativa? A suplementação de vitaminas é inócua e quanto mais vitaminas melhor? Todos os atletas e praticantes de atividade física se beneficiam da suplementação de vitaminas?

Vitmate

As vitaminas do complexo B estão envolvidas no processo de produção de energia, no metabolismo dos carboidratos, no metabolismo das gorduras e no metabolismo das proteínas e ácidos nucléicos. O exercício promove adaptações bioquímicas nos músculos, o que ocasiona o aumento da necessidade nutricional do praticante da atividade. Assim, é certo que atletas precisam de maior aporte nutricional de vitaminas para recuperar, manter e construir massa magra.

Também, parece e é lógico que a deficiência vitamínica afeta a performance. O grupo de risco para a deficiência de vitaminas corresponde a atletas que praticam restrição energética, restrição acentuada de ingestão de gorduras ou restrição de grupo alimentar: ginastas, lutadores e vegetarianos, principalmente. Um exemplo, as vitaminas A e E dependem do fornecimento adequado de gorduras pela dieta para serem bem absorvidas no intestino.

Além das deficiências e da baixa ingestão vitamínica, faz-se importante mencionar a suplementação sem indicação de nutricionista ou médico. O uso excessivo de suplementação vitamínica pode comprometer o desempenho esportivo e até provocar quadros de toxicidade. A vitamina E atua como elemento oxidante das membranas celulares, mas em excesso apresenta efeito pró-oxidante. Outro exemplo é a vitamina C, a qual atua na produção de colágeno, no metabolismo dos folatos e em outras vias metabólicas. Quando doses diárias maiores que 1000 mg de vitamina C são consumidas por longos períodos, os efeitos pró-oxidante da vitamina C se tornam evidentes, segundo os estudos. Geralmente, os atletas usam a suplementação de vitamina C com o intuito de  melhorar o sistema imunológico para prevenir e tratar casos recorrentes de afecções das vias respiratórias, o que ainda é controverso na literatura especializada.

As diretrizes brasileiras e internacionais apontam a falta de evidencia científica para a suplementação vitamínica em pessoas fisicamente ativas não atletas, devendo a necessidade nutricional ser obtida por meio de dieta balanceada. A recomendação de uso de suplementação vitamínica isolada ou associada a outros nutrientes é indicada para atletas em deficiência nutricional e  risco nutricional, tais como os que precisam perder peso drasticamente (ginastas e lutadores, principalmente) e os que restringem o consumo de certos grupos alimentares (veganos, por exemplo).

Portanto, podemos concluir que, embasados no fato de que as mais variadas vias metabólicas são interdependentes e agem segundo uma fina sintonia e controle, a suplementação vitamínica pode comprometer o desempenho e a saúde. Não são todas as pessoas que se beneficiam da suplementação vitamínica, depende das deficiências e das necessidades nutricionais envolvidas.

O desempenho e o bem-estar físico podem ser garantidos pela dieta personalizada e balanceada. O exercício programado é capaz de requerer mais energia e nutrientes do organismo, mas a suplementação vitamínica deve ser pensada como coadjuvante para atuação em casos específicos, o ator principal é sempre a dieta.

Fonte:  ANutricionista.Com – Perla Menezes Pereira – CRN3 14198 –Nutricionista em Ribeirão Preto.

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